quinta-feira, 19 de maio de 2005

Altruísta ou Hipócrita?


Ele me disse: "Você é uma garota altruísta."; Eu retribuí: Agradeço pelo elogio, mas sinto informar que sou egocêntrica... como poderiam dois adjetivos conviverem harmonicamente? E ele completou: Então você também é muito fingida, pois sempre vi o altruísmo nos seus atos! Brigou comigo por causa da minha cadela... quis ir lá em casa cuidar dela porque eu não o fazia.



Nem sempre aquilo que a gente vê, é o que realmente parece.



Desde o dia que isso me foi dito, eu fiquei analisando os meus atos e tentando descobrir o que causou esta ilusão nesta pessoa.


Meu lado altruísta:


Animais: Tenho um sentimento especial com essas criaturas... foram domesticados, já não tem mais o instinto de caça e precisam da nossa ajuda e carinho. Creio que herdei isso do meu pai, a eterna mania de alimentar os cães sem dono, todos os dias dar comida aos pombos e pardais, adotar animais de rua ou até sair debaixo de uma tempestade pra salvar uma árvore que estava prestes a partir a raiz.


• Pessoas estranhas: Desde o homem que entra no ônibus pedindo uma ajuda até o menino que bate à minha porta pedindo um lanche. São seres humanos que não tiveram a sorte que eu tive de morar com conforto, de nunca ter passado fome (exceto, antes de uma cirurgia! hehe), de estudar em boas escolas, de ter conhecimento e sempre condições de comprar o medicamento necessário.


Quanto às pessoas conhecidas, ainda presto alguns favores... mas já não conto como altruísmo. O ser humano sempre espera algo em troca... isso é realismo, independente da área em questão, pois até no AMOR, todos querem ser retribuídos por aqueles que amam!


• Pacientes Homeopáticos: Não é a toa que me chamam de biblioteca ambulante... sempre sei uma erva ou uma técnica pra curar algum mal e não hesito em ensinar.


• Pseudos-alunos: O que custa ensinar algo que você sabe? Estou passando meu legado! Não me importo em ensinar a quem quer aprender.



Meu lado egoísta:


• Não me prejudico por ninguém, e quando por um erro o fiz, quase me matei de raiva.


• Não troco a minha diversão por nada ou ninguém.


• Nunca presto favores quando estou ocupada com meus afazeres, até que este seja a arrumação do meu quarto... afinal, dediquei aquela parte do dia para tal atividade.


• A ignorância é uma dádiva... deixe que os ignorantes continuem ignorantes. – Este exemplo foi dado no último domingo quando Kami Sama disse que eu era bastante popular. Realmente conheço muita gente (isso chega a irritar quem anda comigo), mas não quer dizer que eu seja amiga de todos. Assim que terminei esta explicação ele me chamou de falsa. Tive que explicar mais uma vez que não... por exemplo, a garota que havia passado por nós (a quem eu disse: "Oi") é uma grande boçal. Eu a conheci numa certa feita e descobri o seu grande mal, porém, ela não me fez mal algum pra que eu deixasse de falar ou pra que eu fosse sincera. Logo, se não foi por raiva, não será também por compaixão que irei destacar seus erros pra que ela evolua. Esse é o propósito dela... se descobrir... não posso fazer isso por ela (estaria quebrando a cadeia evolutiva).



Tolerância Zero:


• Pessoas que tentam ver o que estou escrevendo (enquanto digitava este texto minha mãe esteve umas 5 vezes do meu lado... e nas 5 vezes eu fechei o arquivo)


• Pessoas que tocam a campainha mais de duas vezes. Parece até que pensam: "Obaaa, o dono da casa não está.... vamos queimar a campainha dele!" - Só que algumas vezes estou no banho e ouço como o povo gosta de "acariciar" minha campainha.


• Pessoas que interrompem diálogos de terceiros pra falar sobre um outro assunto. Que falta de educação... deixe a pessoa ficar sozinha e aborde.



Por fim, postarei aqui as palavras do sábio "pilhósofo" Bawdy:



Não cague no pau!

Um comentário:

  1. Hello gatinha !!! adorei seu texto ! Ele é agradável de ler; primeiro pq vc começa falando de cracterísticas opostas unidas por um elo comum: egocentrismo, altruísmo e hipocrisia.
    Gostei muito do seu texto pq trata de assuntos abstratos que a maioria das pessoas não têm condições mínimas de conversar com outras pessoas. Fiquei fascinado com o que vc escreveu sobre a ignorância. O que mais me chamou a atenção foi que me identifiquei bastante com o conteúdo que vc enxertou no texto.
    Tenho opiniões bem parecidas com as suas; talvez bor sofrer de hipersensibilidade (em todos os sentidos), acredito que meu pior defeito seja a empatia.
    Tenho observado muito o comportamento das pessoas ultimamente, tenho percebido que elas combinam esse misto de características opostas: defeitos e qualidades "opostas" e o pior de tudo é que tenho percebido isso em mim tb. Vivo em conflito todos os dias com meu egoísmo, lutando para ser um pouco mais generoso à cada dia. Generosidade, que por sinal, é a qualidade que mais adimiro em Susam; não sei se com vc ela é tão generosa assim rsrsrsrs... mas, a convivência com ela tem me tornado um pouco melhor.
    No tocante a falsidade, é bastante comum agir dessa maneira qndo se conhece bastantes pessoas, não que vc seja falsa... mas é que as pessoas nunca são 100% boas ou ruins.
    Gostei da parte da ignorância e defendo a tese de Dante que diz: "... a ignorância é a própria felicidade..." tenho percebido e tomado esse conceito pra mim todos os dias. Por isso prefiro que as pessoas nunca saibam o que eu penso a respeito delas, nem procuro saber o que elas pensam de mim. Assim seremos todos felizes.
    Vc me fez lembrar de uma coisa que percebí quase que de forma subliminar desde que entrei na faculdade: o mundo acadêmico procura ensinar pra vc que tudo é egoísmo, que as pessoas são egoístas, que os sentimentos são formas camufladas de egoísmo (inclusive o amor) isso é um absurdo qndo precisamos conviver com pessoas que "em tese" deveríamos confiar.
    Acho desnecessário dizer mais uma vez que adorei seu texto. Fico feliz por sua composição reflexiva. 1.000.000.000 de beijos pra vc !
    By: Isaque !

    ResponderExcluir