quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Não quero mais ter que dizer "tenho que ir".

Medo, desespero, inquietude. Nem sei ao certo qual desses sentimentos tomava conta de mim antes dele me telefonar. Não tinha razão alguma para estar daquele jeito, mas quando ele me disse que conseguiu uma casa para morar naquele lugar distante, eu comecei a chorar. Era a gota que faltava para transbordar o copo da minha agonia. Ainda que eu dissesse que temos tempo e podemos conseguir uma casa mais perto, ele só pensava nos aspectos positivos. Peguei uma bolsa, coloquei os itens mais necessários e fui esperar ele chegar do trabalho. Entrei na casa e permaneci no escuro, pensando na nossa vida. Recebi outro telefonema dele. Mas desta vez era para dizer que perdeu a chave e precisava da minha. Ainda sem saber que eu estava na casa dele, abri a porta, fiz questão de avisá-lo e receber de frente aquela cara de surpresa. Nos últimos três meses, o frio da noite me afastava daquela casa sob a ameaça de forte dor de cabeça, causada pela rinite. Porém, ontem eu precisava mais do que uma voz misturada com estática emitida por um radinho comunicador. Precisava do calor e do conforto do corpo dele, queria entender naqueles olhos o que sinto. Avaliei a construção do hábito, pois temos nossas rotinas para finais de semana, dias de folga, manhãs de trabalho, mas já não tínhamos uma, em comum, para a noite dos dias em que se trabalha. Tentei manter uma parte da minha, fiz meu chá, tomei, tentei dormir e não consegui. Ele não assistiu TV, não comeu no horário de sempre e foi mais contido do que o habitual. E não conseguiu dormir. Éramos estranhos e insones. Eram 2:30h da madrugada quando superamos qualquer pseudo-cansaço do dia e entre sussurros e exclamações contidas, tentamos não acordar os pobres seres que moram na casa de baixo. Fui dormir 4:30h, cansada o suficiente para não me desesperar com os primeiros sons da manhã. 9:30h acordei para admirá-lo enquanto dormia, fazer o meu asseio, dar-lhe um beijo e sofrer com o “tenho que ir pra minha casa”.

Um comentário:

  1. Antes de ir para o trabalho, ele passou por aqui. Convidei-o para assistir a chuva de meteoros que vai rolar hoje à noite. Ele respondeu: Sonhe!!!

    kkkkkk... Tb estou com muito sono!

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