Acordei um pouco enjoada (depois de passar bem mal a noite anterior) e fui tocar minha vida, já que tinha afazeres a serem cumpridos. Mas não demorou muito para que minha paz tivesse fim: minha mãe iniciou a sessão de perguntas e pedidos.
(Mãe) Você tem o telefone daquele pedreiro que fez a reforma do seu quarto?
(Tati) Sim, em algum lugar dentro de uma gaveta. Pra que é?
(Mãe) A vizinha que pediu.
(Tati) Tem pouco tempo que ela pediu e eu dei, não vou procurar de novo, não!
(Mãe) Ohh, Tatiane! Custa fazer um favor?
Até saí de perto dela pra não ficar ouvindo as lamúrias típicas do "pós-pedido", mas não contei nem cinco minutos para que ela voltasse e dissesse:
(Mãe) Que gaveta é essa?
(Tati) Uma gaveta muito bagunçada que você não vai pôr as mãos!
Que mulher mais chata! Quando quer ser chata é, realmente, insuportável... mas, infelizmente, não parou por aí! Estava arrumando minha mesa (que minha irmã deixou bagunçada) para começar a trabalhar e ela me aparece com uma receita de uma amiga para tirar uma cópia. Liguei o computador que fica com o scanner e tirei a tal cópia, para me ver livre de minha mãe, quando ela recomeça:
(Mãe) Agora tem que passar um fax.
(Tati) Pra quem?
(Mãe) Para a Fórmula.
(Tati) Qual o telefone?
(Mãe) Sei não.
(Tati) Pergunte à dona!
(Mãe) Você é toda ingrata. Não pode fazer nada pra ninguém... O que é que custa??? Olha, tem um telefone aqui no fundo da receita.
Depois de escrever na cópia que só queria o primeiro medicamento (Até isso eu tenho que fazer), liguei e caiu direto num fax. Passei e indaguei.
(Tati) A dona já ligou dizendo que ia passar um fax?
(Mãe) Não.
(Tati) Oh meu Deus! Como é que as pessoas que trabalham na farmácia vão saber de quem é essa solicitação?
(Mãe) Tem o nome dela na receita.
(Tati) Mas não tem o telefone... meu Cristo... que povo tapado!
Peguei o papel, escrevi o nome da “dita cuja” e o telefone. Meti no fax e passei de novo. No finalzinho do processo, eu ouço:
(Mãe) E quando é que ela vai pegar o medicamento?
(Tati) Tem que ligar pra saber... a dona faz!
(Mãe) Você é toda imprestável!
E se num momento de ira eu digo para ela “se f****”, além de imprestável eu ainda serei desnaturada! Há dias em que eu acredito que minha mãe faz parceria com o Diabo!