Domingo de sol, início de primavera. Chamei a família
(marido e filha) para visitar a feira da primavera, no largo do Campo Grande.
Como o domingo é o dia mais tranquilo pra sair, fomos de metrô.
Na estação tinham umas pessoas fantasiadas, pintadas, com cabelos coloridos e
roupas pra lá de animadas. Só lá pras tantas que descobri que era o pessoal que
estava indo pro desfile LGBTQ+ (é quase o “abecedário” inteiro! Viva a diversidade!!!)
e não para o show de Lorena Improta, como achei inicialmente. Acredito que a
aventura no Dique do Tororó tenha sido bem melhor do que o show da dançarina. Apresentei
um pouco do “centro da cidade” para minha filha, pois nos dias de hoje raramente
ando com ela por essas bandas. Chegando no Campo Grande vi que estava cheio demais
e caro demais para as plantas de sempre, mas foi legal.
Rosas do deserto superfaturadas
Comprei uns artesanatos e itens da fazenda, que adoro!!! Íamos
pegar um Uber até a Lapa e de lá pegar o metrô. Mas minha filha, menina amarela
que só sai de carro, encheu que queria pegar um ônibus até a Lapa, então fomos
pra frente do TCA. Passou um Executivo, o famoso frescão, com destino ao
Aeroporto. Motorista rapidinho, foi na praça da Sé e voltou. Tinha tudo pra ser
um passeio agradável, quase um city tour. Até que chegou na Barra, numa rua que
só passava um carro de cada vez, e entrou no ônibus uma baiana de acarajé e o
seu auxiliar, que sentou num canto e fingiu que lá fora não tinham problemas a se
resolver. Os outros dois auxiliares estavam lutando pra colocar o balaio no
bagageiro do ônibus. Uma demora do cão, começou o buzinaço atrás do ônibus e
até o motorista teve que descer. Depois de uns quinze minutos parado ali, o motorista
manda telefonar pra garagem e dizer que o ônibus quebrou. Na verdade, era a
porta do bagageiro que não se mantinha fechada. Arrastou devagarinho pra uma
rua mais espaçosa e mandou todo mundo descer. Era o fim do conforto, do ar
condicionado, da música agradável e das cadeiras confortáveis! O povo praguejava
a tia do acarajé enquanto esperava outro ônibus. Em menos de 3 minutos passou
um Estação Mussurunga (vindo do Campo Grande) e a gente pegou.
Rota do ônibus Estação Mussurunga - Campo Grande
Estava vazio, então
fomos pro fundo. Quando o coletivo chegou na orla, parecia que todos os
banhistas resolveram entrar naquele ônibus. Naquele clima de invasão, quem
primeiro apareceu foi uma mulher carregando um engradado de cerveja cheio de
garrafas vazias e veio seguida do tiozinho do sacão de latinhas que mais fediam
a urina do que cheiravam a cerveja. Na sequência vieram os banhistas de pouca
roupa e vergonha, também.
Olha o sacão de latinhas!
Sacaram uma caixinha JBL e começaram a tocar música
eletrônica enquanto cantavam e dançavam saltando dentro do ônibus. O repertório
não se limitou ao eletrônico, passando pelo sertanejo e pelo funk. Enquanto
isso a rota daquela linha só fazia demorar mais e mais. Da Barra à Garibaldi,
passando pela Lucaia e só voltando à Orla ao passar pela Magalhães Neto. Quando
eu já imaginava ter que passar por aquele suplício até a última estação, eis que
o pessoal pede o ponto e desce na Boca do Rio. Não demorou muito, entrou outro
grupo de adolescentes conversando nas alturas mas, pelo menos, não estavam
tocando nada. O ônibus pegou o retorno para seguir pela Pinto de Aguiar, quando
percebi que um rapaz que estava de pé deu um pulo pra trás. A menina que estava
dois bancos a frente vomitou. Fedor miserável, enquanto uns abriam as janelas,
outros pediam papel e água. Minha filha começou a passar mal com aquela
situação. O pessoal saltou logo no primeiro ponto com acesso ao metrô deixando
pra trás os restos de vômito ainda mais evidentes e acabamos antecipando o
nosso ponto, parando no shopping Paralela onde tivemos uns 40 minutos de
tranquilidade e lazer até optar pela volta de Uber.
Saímos do Campo Grande às 18:05h. Chegamos ao shopping umas
20:25h. Minha filha disse que nunca mais vai desejar andar de ônibus!
kkkkkkkkkkkkk
Será que é trauma?